IGRT - Radioterapia Guiada por Imagem
O que é radioterapia guiada por imagem?
IGRT (image-guided radiotherapy treatment) é qualquer imagem adquirida antes de entregar a dose (pré-tratamento) no paciente que permite tomar uma determinada ação com o intuito de melhorar ou verificar a acurácia da entrega do tratamento. Os tipos de aquisições podem ser planares ou volumétricas (kV ou MV).
Geralmente a imagem pré-tratamento é adquirida e comparada com uma imagem de referência onde é feita a análise da posição anatômica dos ossos e de partes moles. Essa análise tem o intuito quantificar qualquer variação em milímetros da posição dos órgãos da imagem adquirida com a imagem de referência, que é a imagem do planejamento.
Sabendo que as variações existem devido a movimentação interna
dos órgãos e variações diárias do setup do paciente, foram caracterizadas dois
tipos de variações: intra-fração e inter-fração.
Variações Intra-fração: São diferenças que podem ser encontradas na posição dos órgãos que se movem em função de poucos minutos, por exemplo, amplitude da caixa torácica pela respiração ou a variação da bexiga e reto;
Variações
Inter-fração: São diferenças que podem ser encontradas na posição dos órgãos
que se movem em função de horas ou dias, por exemplo, a variação de posicionamento do paciente (setup) de cada dia (entre um dia e
outro);
Como estas variações são inevitáveis, grandes esforços e estudos individualizados podem ser quantificados para se basear nas margens dos volumes de tratamento de uma determinada população ou podem ser adaptadas para cada caso, utilizando recursos como 4D CT, USG, Cone Beam CT e imagens planares por exemplo.
À medida que as variações ocorrem e diferenças nas imagens pré-tratamento adquiridas em relação às imagens de referência são observadas, existem recomendações quanto ao nível de ação a ser tomado, o que caracteriza o tipo de protocolo de IGRT que cada instituição pode adotar, como de que forma será decidido quando corrigir os desvios, repetir imagens ou até mudar o tipo de protocolo.
A periodicidade do uso do IGRT e a modalidade de imagem pode haver dependência do tipo de tecnologia disposta na instituição e também pode haver dependência do tipo de técnica de tratamento, tipos de imobilizadores e até mesmo do tamanho das margens dos volumes de tratamento para cada caso;
A aquisição das imagens dos protocolos de IGRT pode ser de forma:
Diária: necessita gerar uma imagem do pré-tratamento em todas as sessões:
Semanal: necessita gerar uma imagem pelo menos uma vez na semana.
Existem protocolos em que adquiri-se imagens nas três primeiras frações para analisar os erros sistemáticos e análise do nível de ação (se haverá correção ou não da marcação de tratamento) seguido de aquisição de imagem semanal (1 x por semana) para o acompanhamento do comportamento dos erros randômicos.
A análise comparativa da imagem pré-tratamento com a imagem de referência pode ser feita de forma online (antes e ou após a entrega de dose), offline (após o tratamento, de forma semanal, por exemplo) ou em tempo real (durante a entrega da dose), onde dispõe de recursos fiduciais na superfície da pele ou na máscara, sendo monitorado simultaneamente à entrega de dose por uma câmera e sensor infra-vermelho.
Referência para pesquisa: On Target 2
(updated guidance for Image-Guided Radiotherapy)
O objetivo deste relatório é recomendar as melhores práticas baseadas em evidências para radioterapia guiada por imagem (IGRT) e fornecer orientações para a implementação e otimização dessas práticas nos centros clínicos. O escopo deste relatório inclui métodos de verificação de tratamento atuais e emergentes comumente disponíveis em departamentos do Reino Unido para todas as regiões de tratamentos, incluindo as mais complexas. Este relatório não contempla radioterapia pediátrica e radioterapia de partículas, mas muitos dos princípios podem ser aplicados nestes cenários.
Este relatório descreve métodos pelos quais cada centro pode determinar:
- Otimização de protocolos de imagem guiada
- Erros sistemáticos e randômicos de sítios específicos de cada paciente que permanecem após a aquisição da imagem, o que pode ser usado na definição de margens dos volumes de tratamento.
Mais informações acesse o relatório abaixo: